quinta-feira, 16 de abril de 2015

Freyr

Vá idade, aproxime-se.
Deixa-me,
Leva-me,
Suscita-me...

Faça-me de novo,
Leva-me daqui
Deixa-me...

Vaidade, retire-se.
Parta-me,
Ofusca-me,
Nega-me...

Recordo-me a tua inexistência,
Então, cega-me lentamente,
E rompa-me...

Enlevado por entre minhas próprias mãos,
Volvo-me capaz em divisar-me diante a tudo o que temo.
Acerco-me da razão que emana o coração,
Talvez como Odisseu perante Polifemo.

Me frusto, me alegro, me intento
Compreendo-me, para a verdade encontrar.
Vejo-me além, ouço-me, me invento,
Nas folhas ao vento venho tardar.



sábado, 4 de abril de 2015

Constância



O dia quente, noite fria
O meu coração se esvai
Na mais singela covardia.

A estrela que vejo distante
Me aproxima do seu Ser
E mesmo com um sextante
Nada preciso entender.

A lua resplandece e me inebria
Me inspira a criar
A mais doce melodia.

Ainda que muitos adornam
Eu não espero em vão
Pois os laços que me contornam 
Nunca se acabarão.


09/10/2012